A saúde integral é um conceito que busca compreender o ser humano de forma holística, considerando não apenas o aspecto físico, mas também os componentes emocionais, mentais, sociais e espirituais. Inclusive, essa é a definição de saúde atualmente utilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ¹.
Ao adotar essa visão, a saúde deixa de ser vista como a simples ausência de doenças e passa a ser entendida como um estado de equilíbrio e bem-estar em todos esses níveis, interligados de maneira complexa e contínua.
O Modelo da Saúde Integral
No modelo da saúde integral, cada pessoa é vista como um todo, em que o corpo, a mente e o espírito são interdependentes. A saúde física não pode ser dissociada do estado emocional e psicológico, pois fatores como estresse, ansiedade e depressão podem afetar diretamente a saúde do corpo, levando a doenças ou agravando condições preexistentes.
De mesmo modo, o estado físico também influencia o bem-estar mental e emocional, sendo essencial adotar um cuidado que envolva práticas preventivas e curativas de maneira conjunta.
A Importância da Saúde Social e Espiritual
A saúde social também é um componente fundamental nesse modelo. A qualidade das relações interpessoais e o acesso a uma rede de apoio social têm um impacto profundo na saúde geral do indivíduo. Sentir-se parte de uma comunidade, ter vínculos afetivos saudáveis e o suporte de familiares e amigos contribuem para uma vida mais equilibrada e saudável.
No âmbito espiritual, o senso de propósito, as crenças e os valores desempenham um papel crucial, oferecendo uma fonte de força e resiliência, além de contribuir para o senso de paz interior e autocompreensão.
Fatores Ambientais e Estilo de Vida
Além disso, a saúde integral considera que o ambiente em que uma pessoa vive, sua alimentação, sua atividade física e as escolhas de estilo de vida influenciam diretamente sua qualidade de vida e sua saúde geral.
Por isso, um cuidado integral exige uma abordagem que envolva mudanças no comportamento, na educação em saúde, na promoção de um ambiente saudável e na adoção de práticas que favoreçam o equilíbrio.
Dessa forma, a saúde integral é um convite a ver o ser humano como um conjunto complexo, onde a prevenção e o cuidado devem abranger todos os aspectos da vida. Ela propõe uma visão de saúde mais inclusiva, que valoriza a interconexão entre os diversos elementos que formam o ser humano e reconhece a importância de promover o bem-estar completo para garantir uma vida plena e saudável.
Aqui estão cinco passos essenciais para um cuidado integral da saúde:
1 O sono de Qualidade:
O sono de qualidade desempenha um papel crucial na saúde integral, pois afeta diretamente o bem-estar físico, mental, emocional e até social. Durante o sono, o corpo se recupera e realiza processos vitais, fortalecendo o sistema imunológico e regulando hormônios.
A falta de sono pode levar a problemas de saúde, como doenças crônicas, ansiedade, depressão e dificuldades de concentração. Além disso, o sono adequado melhora o desempenho cognitivo, a memória e a capacidade de lidar com o estresse, além de favorecer boas relações sociais e a comunicação.
2. Adotar uma alimentação equilibrada e nutritiva:
A alimentação tem um impacto direto no bem-estar físico, mental e emocional. Consumir uma dieta rica em nutrientes, com alimentos frescos, naturais e variados, ajuda a manter o corpo em equilíbrio, fortalece o sistema imunológico e melhora a saúde mental.
Há evidências de que o consumo regular de produtos ultraprocessados ou industrializados está ligado há diversas doenças e são responsáveis por milhares de mortes precoces por ano no Brasil.
Nesse sentido, o artigo intitulado “Consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de mortalidade: uma revisão sistemática”, concluiu que o consumo desses alimento foi associado a maior risco de mortalidade por todas as causas, proporcional ao seu consumo, ou seja, quanto maior a quantidade consumida, maior o risco.
3. Praticar atividades físicas regularmente:
O exercício físico não apenas melhora a saúde cardiovascular e a resistência do corpo, mas também reduz os níveis de estresse, ansiedade e melhora o humor, graças à liberação de endorfina. A prática regular de atividades físicas promove o equilíbrio entre corpo e mente.
Segundo a Federação Internacional de Medicina Esportiva³, em nota oficial, a prática adequada de atividade física é um componente essencial dos regimes terapêuticos para o controle e tratamento de doenças como a coronariana, hipertensão arterial, obesidade, doenças músculo-esqueléticas, doenças respiratórias e depressão.
Além disso, a boa forma física pode proporcionar uma sensação de bem-estar e aumentar a autoestima.
4. Cuidar da saúde mental e emocional:
É fundamental dedicar tempo à gestão do estresse, ao autoconhecimento e à busca de apoio quando necessário. Isso pode incluir práticas como meditação, mindfulness, terapia ou até mesmo o cultivo de atividades que tragam prazer e relaxamento.
De mesmo modo, é interessante realizar práticas que trabalhem tanto a cognição quanto a memória. Leitura, escrita, desenho, quebra-cabeça, caça palavras e outros são excelentes formas de se trabalhar o sistema cognitivo e a memória.
Em um estudo, cujo título é ‘POR QUE MEDITAR? A EXPERIÊNCIA SUBJETIVA DA PRÁTICA DE MEDITAÇÃO’⁴, concluiu-se que a experiência subjetiva da meditação se reflete de diversas formas, com predominância de benefícios cognitivos e emocionais.
Além disso, esta prática pode constituir uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento psicológico saudável.
5. Cultivar relações sociais saudáveis:
O apoio social é um pilar importante da saúde integral. Manter uma rede de relacionamentos positivos e oferecer suporte emocional aos outros contribui para o bem-estar e proporciona sensação de pertencimento e segurança.
6. Buscar equilíbrio espiritual e propósito de vida:
A dimensão espiritual, que pode ou não envolver religião, está relacionada ao senso de propósito, à conexão consigo mesmo e com o mundo ao redor. Encontrar práticas que tragam paz interior, como a reflexão, a gratidão ou práticas espirituais, ajuda a promover um estado de bem-estar profundo.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, a partir de uma revisão sistemática evidenciaram que: “A meta-análise confirmou os resultados para a redução dos sintomas de ansiedade, independente da população e do modelo terapêutico usado nos estudos, e uma tendência à melhora nos casos de depressão⁶”.
7. Interconexão entre os aspectos físico, emocional, mental e social:
Na saúde integral, a ênfase está na ideia de que a saúde não pode ser tratada isoladamente. Um problema emocional, como o estresse, pode se manifestar fisicamente, causando dores ou doenças. Igualmente, dificuldades no ambiente social ou relacional podem afetar a saúde mental e física de uma pessoa.
Cuidar de cada uma dessas áreas é fundamental para manter um estado de equilíbrio duradouro.
E por último, o mais importante!
8. Prevenção como foco principal:
Em vez de tratar doenças apenas quando surgem, a saúde integral coloca a prevenção no centro do cuidado. Isso envolve práticas cotidianas como alimentação saudável, atividades físicas, gestão do estresse e acompanhamento médico regular.
De outra forma, a educação em saúde e o autoconhecimento também são ferramentas cruciais para a prevenção, ajudando as pessoas a entenderem seus próprios corpos e suas necessidades.
Esses oito passos, quando integrados no cotidiano, podem resultar em um cuidado completo e eficaz da saúde, promovendo equilíbrio e bem-estar em todos os aspectos da vida.
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Referências Bibliográficas:
1- O que significa ter saúde?:
2 – Consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de mortalidade: uma revisão sistemática:
https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/2497
3 – O exercício físico: um fator importante para a saúde:
https://www.scielo.br/j/rbme/a/W9L5m6WZKH5mQ5yBMBvPT4S
4 – POR QUE MEDITAR? A EXPERIÊNCIA SUBJETIVA DA PRÁTICA DE MEDITAÇÃO:
5- Estudos apontam benefício de intervenções espirituais e religiosas na saúde de pacientes:
https://www5.usp.br/noticias/sociedade/intervencoes-espirituais-e-religiosas-na-saude-sao-beneficas/